domingo, 5 de fevereiro de 2012

USO E ABUSO DO MICROFONE NA LITURGIA

O uso do microfone na liturgia ajuda ou atrapalha?
A resposta parece óbvia, mas reflitamos.
Em algumas celebrações, por exemplo, tenho assistido uma banda se apresentando e abusando o máximo do som, parece mais shows do que animação do canto litúrgico. Às vezes até sem se dar conta, grupos tem adotado uma pratica que se afasta da verdadeira função do canto litúrgico e prejudica a participação da assembleia.
Em Igrejas pequenas já vi mais de dez microfones para o grupo de canto, de forma que o canto do povo de Deus é completamente abafado.
Este é o verdadeiro problema. Um instrumento técnico, o microfone, deve servir para animar a assembléia e não para abafar, esconder, suprimir as vozes do povo santo que se reúne para cantar as maravilhas do Senhor.
Então não devemos mais usar o microfone? É óbvio que, na maioria de nossas igrejas, precisamos de microfones. Mas o grupo de cantores deve usar este instrumento APENAS para iniciar o canto. Para tanto, não bastaria um ou dois microfones?
A voz da assembleia deve sempre ser prioridade. O que deve ser ouvido é o canto da assembléia litúrgica, povo sacerdotal, família de Deus, Corpo de Cristo, e não a voz de uma, duas ou cinco pessoas apenas. Costumo aconselhar: pelo menos nos refrões os cantores devem afastar-se dos microfones para que a voz da assembleia sobressaia. Se bem que tenho visto muito cantores que executam o canto sozinho e não estão nem ai para a participação da assembleia.
O mesmo vale para os instrumentos musicais, às vezes, é som demais para uma pequena ou média capela. Infelizmente, o que muitas vezes se constata é um barulho (ruído) excessivo que perturba e tira a calma e a serenidade indispensáveis para que a assembléia possa ouvir a própria voz e tenha momentos de silêncio que favoreçam a escuta da Palavra e o louvor que brota de nosso coração agradecido.
Faça a experiência de ouvir como é bonito o som de um violão sem amplificação! O ideal seria mais violões e menos amplificadores.
Não quero aqui desconsiderar a boa vontade, o empenho e a solicitude de tantos e tantos animadores de cantos, músicos e instrumentistas de nossas comunidades. Eles são uma bênção para as nossas comunidades.
Mas alerto para certos exageros e aponto para a função específica deste ministério: “garantir a devida execução das partes que lhe são próprias, conforme os vários gêneros de canto, e auxiliar a ativa participação dos fiéis no canto” (Instrução Geral sobre o Missal Romano, n. 103).
Sem dúvida, o microfone ajuda e muito na nossa liturgia, mas usado inadequadamente também atrapalha até demais. Às vezes, o mau uso é por parte de muitos leitores e até de nós padres. Observemos como estamos usando os microfones e sons em nossas capelas e Igrejas! Se for preciso que se faça treinamento de uso de microfones!
Certamente se assim precedermos teremos celebrações mais orantes e mais participativas.Pe. José Renato Peixinho Cruz.

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